Como empreendedor, as crenças que tens sobre ti mesmo, os teus produtos e o teu mercado podem influenciar significativamente o teu sucesso. Já ouviste falar da frase “Crença é destino”? Isso significa que as tuas crenças, sejam elas conscientes ou inconscientes, determinam as tuas ações e, por consequência, os teus resultados. O Meta Modelo, uma ferramenta de comunicação e desenvolvimento pessoal, pode ajudar-te a identificar e desafiar crenças limitantes que te impedem de alcançar o teu potencial máximo. Vamos explorar como o Meta Modelo se relaciona com três níveis de crenças limitantes e como podes usar este conceito para fortalecer a tua mentalidade e melhorar o teu desempenho.
O Que é o Meta Modelo?
Antes de nos aprofundarmos, é importante entender o que é o Meta Modelo. De forma simples, o Meta Modelo é um conjunto de perguntas que podes usar para clarificar e aprofundar o entendimento do que alguém está a pensar ou sentir. É uma ferramenta que te ajuda a desfiar as suposições por detrás das palavras que usas, levando-te a perceber o que realmente acreditas e como essas crenças influenciam o teu comportamento.
Nível 1: Crenças Superficiais
As crenças superficiais são aquelas que ouvimos e repetimos frequentemente sem questionar. São generalizações que se infiltram no nosso pensamento e acabam por se tornar verdades para nós. Por exemplo, frases como “Nunca consigo fechar um negócio” ou “Todos os clientes são difíceis” são generalizações que podem limitar o teu potencial.
Essas crenças são perigosas porque operam no piloto automático. Sem que te apercebas, começam a influenciar as tuas decisões e comportamentos. Se acreditas que “Nunca consigo fechar um negócio”, podes desistir mais facilmente ou nem sequer tentar. O Meta Modelo ajuda-te a questionar estas generalizações. Pergunta a ti mesmo:
- “Nunca? Em nenhuma situação mesmo?” – Isto ajuda a desafiar a ideia de que a tua experiência negativa é uma regra absoluta.
- “E todos os clientes são difíceis, ou apenas alguns?” – Isto leva-te a perceber que nem todos os clientes são iguais e que a tua experiência pode variar.
Desafiar estas crenças ajuda-te a ver que elas não são verdades absolutas, mas sim percepções que podem ser ajustadas.
Nível 2: Crenças Intermediárias
As crenças intermediárias são mais profundas e geralmente vêm de influências externas, como a família, amigos, ou até da cultura empresarial onde estás inserido. Estas crenças normalmente implicam uma ligação de causa e efeito que pode não ser verdadeira. Por exemplo, “Se não tens um diploma, não vais ser bem-sucedido” ou “Se não te sacrificares ao máximo, não vais alcançar nada na vida”.
Estes tipos de crenças podem ser limitantes porque te colocam numa posição de vítima, onde sentes que o sucesso está fora do teu controlo. Para desafiar estas crenças, o Meta Modelo propõe que te faças perguntas como:
- “Será que o sucesso depende apenas de ter um diploma?” – Isto ajuda-te a considerar outros fatores que também contribuem para o sucesso, como experiência, habilidades e rede de contactos.
- “Conheço alguém que tenha tido sucesso sem um diploma?” – Perguntas como estas ajudam-te a encontrar exceções que quebram a crença limitante e abrem a tua mente para novas possibilidades.
Ao desafiares estas ligações de causa e efeito, consegues perceber que há muitas formas de alcançar o sucesso e que as tuas circunstâncias actuais não determinam necessariamente o teu futuro.
Nível 3: Crenças Profundas
As crenças profundas são as mais enraizadas, muitas vezes baseadas em experiências pessoais significativas que moldaram a tua visão do mundo e de ti mesmo. Estas crenças podem ser particularmente limitantes porque parecem ser “verdades absolutas”. Por exemplo, “Falhei antes, então sempre falharei” ou “Não sou uma pessoa de vendas”.
Estas crenças são perigosas porque afetam a tua autoconfiança e a tua capacidade de tentar algo novo. O Meta Modelo encoraja-te a desafiar estas crenças com perguntas como:
- “O que aconteceu exactamente quando falhaste?” – Isto ajuda-te a trazer mais detalhes para a situação e perceber que a falha não foi total, mas talvez apenas um resultado de circunstâncias específicas.
- “O que aprendeste com essa experiência?” – Esta pergunta ajuda-te a ver a falha como uma oportunidade de aprendizagem em vez de um veredicto final sobre as tuas capacidades.
Ao trazer mais nuances e detalhes para estas crenças profundas, começas a perceber que elas são baseadas em experiências passadas que podem ser reinterpretadas de uma forma mais positiva e construtiva.
Conclusão
O Meta Modelo é uma ferramenta simples, mas poderosa, para quem quer desafiar crenças limitantes e desenvolver uma mentalidade mais positiva e resiliente. Ao aplicares o Meta Modelo às tuas crenças – sejam elas superficiais, intermediárias ou profundas – consegues identificar padrões de pensamento que te estão a impedir de atingir o teu verdadeiro potencial. Em vez de aceitares as tuas crenças como verdades absolutas, começa a questioná-las e a desafiar as suposições por detrás delas. Este processo pode não ser fácil, mas é fundamental para o teu crescimento pessoal e profissional.
Rodeia-te de pessoas que te desafiem a crescer, que acreditem em ti e que te ajudem a ver para além das tuas limitações autoimpostas. Com o tempo e prática, vais começar a ver que muitas das barreiras que enfrentaste eram, na verdade, autoimpostas – e que tens o poder de as remover.
As crenças são apenas pensamentos que repetiste muitas vezes. Se podes aprender uma crença, também podes desaprendê-la. Usa o Meta Modelo para ajudar-te a descobrir o que é verdadeiramente possível para ti e para o teu negócio.